(imagem retirada da internet)
Revista Crioula — A senhora afirma no texto “O Atlântico, estrada cultural e a poesia cabo-verdiana do século XX” que as relações entre as culturas crioula e a brasileira compõem o que chama de “estação do amor”, que sucede a “estação da dor”. Explique-nos esta sua visão da
história cultural crioula.
Vera Duarte — Há alguns anos tive uma intuição que achei extremamente interessante e desde então tenho procurado aprofundar alguma reflexão a propósito. Entendo que a relação nomeadamente entre o Brasil e Cabo Verde que agora se vem aprofundando cada vez mais é uma relação que já teve várias estações. A primeira estação a que chamo “estação da dor” deu-se quando o modelo societário que se desenvolveu nestas ilhas foi levado para o Brasil, sobretudo o nordeste, através do tráfico de escravos que eram comprados na costa ocidental africana, passavam por Cabo Verde onde eram ladinizados e daqui eram transportados para o Brasil onde iam servir nas casas grandes, levando consigo apports culturais para a sociedade brasileira. Nessa epoca, também foram animais (cabras) e plantas (cana do açucar) que modelaram indelevelmente a cultura brasileira. Posteriormente, foi a vez da cultura brasileira influenciar a cultura cabo-verdiana por mor do impacto que obras dos seus autores maiores (Castro Alves, Rui Barbosa, Olavo Bilac e depois Manuel Bandeira, José Lins do Rêgo, Guimarães Rosa, Jorge Amado) exerceram sobre autores cabo-verdianos (João Lopes, Jorge Barbosa, Baltazar Lopes). Chamo a essa a “estação da assimilação”. Entendo que contemporâneamente estamos a viver uma relação de igualdade entre as duas margens do Atlântico, relação feita de diálogo, inter-influenciação e estudo, e por isso mesmo chamo a essa a “estação do amor”, por ela se basear na igualdade das partes. O que eu acho interessante falando de Brasil e Cabo Verde é o facto de sendo o Brasil tão grande e Cabo Verde tão pequeno, ter havido alguma influenciação do modelo societal brasileiro pelo modelo societal caboverdiano, a ponto de, à afirmação “Cabo verde é um Brasilinho”, haver brasileiros (embaixador Victor Gobato) que afirmam perentoriamente
que o Brasil é que é um grande Cabo Verde.
Entrevista copiada daqui
Uma interessante resenha do tem sido
ResponderExcluira relação entre dois países que, espero
frutifique!
Saudações poéticas
Cabo Verde, brasilinho. Brasil, um Cabo Verde sem fim.
ResponderExcluirBom, isso é muito bom!
QUANDO EM PEQUENA VINHA A CAMINHO DE PORTUGAL. O AINDA PEQUENO AVIÃO QUE TRANSPORTAVA-ME JUNTAMENTE COM MEU PAI E IRMÃOS EM 1970 PAROU NUMA DAS ILHAS DE CABO-VERDE, PENSO QUE FOI NA BRAVA, A SEGUIR APORTAMOS NA ILHA DO SAL DURANTE UNS DIAS ATÉ EMBARCARMOS NO GRANDE AVIÃO DA TAP.À CHEGADA DESSA ILHA ATÉ ENTÃO DESCONHECIDA PARA MIM EU TIVE A NÍTIDA SENSAÇÃO QUE ESTAVA NO BRASIL. NÃO SEI PORQUÊ... MAIOR ESPONTANEIDADE NÃO PODERÁ HAVER E INTUIÇÃO PURA DE UMA CRIANÇA DE OITO ANOS QUE INTUÍA MUITO COISAS QUE NÃO SEI DE ONDE VINHAM... MEMÓRIA GENÉTICA AINDA MUITO PRESENTE NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA!? É BOM QUANDO TEMOS DONS QUE TORNAM EVIDENTE AQUILO QUE PARA NÓS É EVIDENTE APENAS NO CONHECIMENTO QUE TEMOS DA HISTÓRIA...A SENSIBILIDADE DE QUEM TESTEMUNHA AS COISAS NO DIA A DIA PORQUE AS SENTE INTENSAMENTE EM COMPLEMENTO COM O CONHECIMENTO CONCRETO DAS COISAS ATRAVÉS DE UMA HISTÓRIA QUE TORNA-SE DESTA MANEIRA MAIS INTERESSANTE EM DESVENDAR É O PONTO ALTO DE QUALQUER REVELAÇÃO...
ResponderExcluirMuito bom seu blog! Adorei conhecer um pouco mais sobre o Cabo Verde, parabéns pelas postagens!
ResponderExcluirOlá
ResponderExcluirMuito obrigado pela visita ao ARTE FOTOGRÁFICA.
Nunca estive em Cabo Verde, mas conheci e ADOREI OLINDA. A Magia de Olinda não é explicável por palavras.
Parabéns por este maravilhoso Blogue.
Gaspar de Jesus
Bt, procuro o Victor B, foi meu colega de escola, pais na antiga ECSargentos, Águeda, militar Graduado, ao q me lembro Capitão ou por aí acima. Penso q pais separados, foi para os EUA ter com a mãe. Alguém tem informação?
ResponderExcluiramfcastro@gmail.com