segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mãe Negra

imagem colhida na internet


A mãe negra embala o filho.
Canta a remota canção
Que seus avós já cantavam
Em noites sem madrugada.
Canta, canta para o céu
Tão estrelado e festivo.
É para o céu que ela canta,
Que o céu
Às vezes também é negro.
No céu
Tão estrelado e festivo
Não há branco, não há preto,
Não há vermelho e amarelo.
—Todos são anjos e santos
Guardados por mãos divinas.
A mãe negra não tem casa
Nem carinhos de ninguém...
A mãe negra é triste, triste,
E tem um filho nos braços...
Mas olha o céu estrelado
E de repente sorri.
Parece-lhe que cada estrela
É uma mão acenando
Com simpatia e saudade... 


Mãe Negra - Aguinaldo Fonseca

6 comentários:

  1. Mãe-negra, Mão-África, a mãe de todos nós.

    'Não há branco, não há preto,
    Não há vermelho e amarelo.'

    Obrigada por nos trazeres Aguinaldo Fonseca.

    Beijos, minha querida.

    Tem um Bom dia.

    Olinda

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  2. Profundo poema. Cores, só na vida, não nas pessoas. Sequer as diferenças sociais e econômicas deveriam causar tamanho sofrimento.

    Bjs.

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  3. Olá, Canto da Boca

    Estou a seguir com muito interesse a série de posts de 'Eurico' sobre o Frevo d'Olinda. Estou a gostar muito. Mais uma palavra que eu não conhecia, Frevo, e fui-lhe apanhando o significado, são festejos populares, não é?

    Não há espaço para comentários, por isso lembrei-me de deixar aqui as minhas impressões.

    Beijinhos

    Olinda

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  4. Gosto e acho que tens um bom gosto.
    Tenho saudades daquela ilha.
    Recebe um beijo com carinho.

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  5. Perante o sofrimento e a felicidade... somos todos iguais:)!
    Parabéns.
    Bjo

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